A Pedagogia Waldorf foi desenvolvida desde 1906 por Rudolf Steiner a partir de conferências e publicações. É fundamentada em uma antropologia baseada na Ciência Espiritual. Ele começou a descrever, no final da Primeira Guerra Mundial, qual seria o posicionamento apropriado da escola em relação à vida cultural, econômica e social daquela época. Essas ideias foram acolhidas por Emil Molt, diretor da fábrica de cigarros Waldorf Astoria, que se empenhava não apenas em proporcionar uma instrução complementar aos seus operários, mas também em fundar uma escola para os filhos destes. Atendendo às solicitações do Sr. Molt, Rudolf Steiner assumiu a concepção e a direção da nova escola, oferecendo a ela uma ampla fundamentação pedagógica. Ele constituiu o primeiro colegiado de professores e trabalhou com eles os princípios da pedagogia Waldorf e da autogestão, em mais de 70 palestras, seminários, conferências e assistências às salas de aula.

A Escola Waldorf foi inaugurada em 7 de fevereiro de 1919, em Stuttgart, como Escola Integrada de Ensino Fundamental e Médio e, desde o início, todos tinham acesso a ela. Com a formação em doze anos para todas as crianças, ela pode ser considerada o primeiro exemplo de escola comunitária da Alemanha. Essa pedagogia desenvolvida por Rudolf Steiner levou, tanto na Alemanha quanto em outros países, à fundação de mais escolas, bem como a rápida expansão pelo mundo inteiro. Atualmente, cresce publicamente o interesse pela pedagogia Waldorf, à medida que a missão da educação e das escolas torna-se cada vez mais presente na consciência de pais e de responsáveis.

A Pedagogia Waldorf está fundamentada numa ciência empírica moderna e ampliada pelo conhecimento da realidade anímico-espiritual. Ela leva a uma compreensão profunda das fases evolutivas da infância e da juventude, no decorrer das quais se desdobram e se transformam as relações com o mundo e a disposição para o aprender. Os conteúdos do ensino tornam-se legítimos por se relacionarem com a faixa etária dos alunos; por isso, a composição de cada série obedece estritamente ao princípio da idade, uma vez que o que vale não é uma norma de rendimento absoluto ou qualquer diretriz não pedagógica, mas apenas o rendimento possível a cada aluno.

Os professores Waldorf consideram a escola um espaço estruturado pedagogicamente, e consideram como sua missão o estímulo consciente e abrangente do ser humano em desenvolvimento, tanto no âmbito da aprendizagem, quanto da criatividade e da formação da personalidade.

As matérias para a obtenção do conhecimento cognitivo têm o mesmo peso das matérias biológico-tecnológicas e das prático-artísticas. Os variados conteúdos das aulas e dos exercícios têm caráter de “instrumento”, de um recurso pedagógico.

O trabalho educacional não se baseia apenas em trabalhos preliminares bem-sucedidos, dando-se continuidade a eles, e na transmissão de conhecimento; considera também os “efeitos de longo prazo” dos elementos dos respectivos currículos em andamento e contribui para que, mais tarde, possa amadurecer e aperfeiçoar-se ainda mais o que foi aprendido e vivenciado em um dado momento. Há de se plantar “sementes”, tanto em relação aos conteúdos, quanto à estrutura do ensino. Isto significa que mais tarde, dentro de novos contextos, a matéria aprendida deve servir de estímulo para o desenvolvimento dos conteúdos de novas questões e de novos pontos de vista. É preciso estimular e preservar a vontade espontânea de aprender, o espírito de investigação, a disposição para a atividade criativa e para a participação na formação da sociedade. Assim, a educação pode ser reconhecida como instrumento para o desenvolvimento e para a transformação.

“Aquilo que deve ser ensinado e educado, deve ser extraído apenas do conhecimento do ser humano em formação e de suas inclinações individuais.”

Rudolf Steiner